Friday, December 28, 2007
Nada a declarar
Friday, November 16, 2007
O mosquito alegre
Sunday, November 11, 2007
Incômodo silêncio
Saturday, November 10, 2007
Ontem [trecho]
Friday, November 09, 2007
Pertence [trecho]
Thursday, November 08, 2007
Cartas à Bárbara [trecho]
Monday, November 05, 2007
A Estátua (trecho)
Sunday, November 04, 2007
Friday, November 02, 2007
Absinto-muito
Tuesday, October 30, 2007
Dispensa comentada
Saturday, October 20, 2007
Uma nova cidade de um velho mundo
Sunday, October 14, 2007
Só não se esqueça que acabou...
Continua dizendo. É seu dever falar. Encontre os motivos mais bobos, pense nos absurdos mais simples que você cometeu, esconda sem vergonha a vergonha e o vazio que te preenchem agora, evite revelações desnecessárias, ligue quantas vezes for preciso – prometo atender sempre essas recém-inúteis ligações. Antes eu amava te atender, hoje já nem ligo tanto. Continua dizendo. É seu dever falar, só não se esqueça que acabou...
Erre. É seu direito falhar. Todos nós temos nossas doses diárias de erros permitidos. Saiba que, hoje, escuto com bastante atenção todos os teus “eu te amos”; dou-te todos os perdões que você precisar; aceito os seus arrependimentos e, ao mesmo tempo, me arrependo por você ter se arrependido tão tarde; guardo todas as flores, todos os cartões, todas as suas falas, todas as suas revelações, todas as suas vergonhas, todas as suas bobagens, todos os seus absurdos, todos os seus motivos, mas entenda que acabou.
Adeus. É meu direito partir. Ah Deus, é meu dever partir!
Viva em paz com todos os meus adeuses e, por favor, não comece a chorar agora que acabou.
Monday, October 01, 2007
Palmos
Saturday, September 15, 2007
23h10
Sei também que nada irá se colocar aos nossos pés"
Essa é a doce Bárbara que se encanta quando se perde e quando se acha nos quatro cantos desse mar confuso e salgado.
Saturday, September 01, 2007
É
Tuesday, August 28, 2007
A mágoa e o magoado
Saturday, August 25, 2007
Amar é achar
Wednesday, August 22, 2007
O amor é o clichê do óbvio
Saturday, August 11, 2007
Monday, August 06, 2007
Os marinheiros mudos
Sunday, August 05, 2007
Ele e ele
Friday, August 03, 2007
Hoje Bárbara
Tuesday, July 24, 2007
Saturday, July 21, 2007
Amorfa
E ela continuava cavando. Cavava cada vez mais fundo e não cansava e cavava mais e mais e mais. Ela queria enterrar seus medos, seus amores, seus temores. No fundo, no fundo, ela prentendia se enterrar – acredito eu.Era claro e evidente que esse pedaço de pele humana há muito não via a luz do dia.Não parecia ter sonhos, não parecia ser viva.Apodrecia como a terra nessa terra suja e fria. Ela me possuía com esse olhar tenro, virgem, inexpressivo, distante - igual a tantos outros olhares que eu nunca havia visto.
Ainda não completamente engolida por ela mesma,deitada, ali, amorfa, ela ainda tentava pôr à mostra o seu maior desafeto ainda desconhecido. Enquanto eu, de longe e de pé , já sabia que ela era o amor em pessoa e que residiam dentro dela todas as formas – mesmo se muitas vezes deformadas - de amar.
Saturday, June 30, 2007
O sóbrio e a desequilibrista
Caiu como uma pedra fraca ao seu dispôr,
Não se levantou e ninguém o ajudou...
Até se perguntou se ele havia se drogado.
Ele foi beber num canto desse bar
Um copo de licor com um pouco de sei lá
A vida é tão amarga quando se ama o mesmo amor
Mas ao mesmo tempo ela é doce e te faz rir!
Ela foi buscar a sorte em Paris
Atravessou o mar, a vida assim quis
Deixou o seu amor distante e infeliz
E nunca mais sonhou o sonho de ser atriz
As ruas estão cheias de saudades
E as velhas catedrias não lembram as daqui
Falava em bom francês: je ne sais pas parler
E um coro de burguês cantava bem assim :
"Merci beaucoup mas chère jeune fille;
Tu es jolie mais je m´en fou"
Um samba e um rock ou uma bossa meio velha
Cantava e tocada por uma moça bem mais nova
Imaginando um dia ser uma dessas loucas infelizes
Que animam os cabarés...
Um banco, um jornal e um velho a consumir
Um pombo e um bêbê e um homem a cuspir
As dores de um casal que se ama e não se vê.
Sunday, June 24, 2007
Ao ver o mar
Mas desviou todo o olhar
Pro barco repleto de marinheiros
Que nunca chegam do mesmo lugar
Ondas demais quebram no cais,
Levam as velas pro litoral
Onde a paz custa chegar
Por ser um porto de “leve e traz”
A tarde vai se retirar
E as velhas más vão se apossar
Dos homens nus, cheios de sal
Que chegam cedo pra perdurar
Ao ver o mar desvencilhar dor de saudade,
Sem esperar, se apressou, foi aprumar :
Roupas pequenas e um grande amor.
Tuesday, June 19, 2007
Ela só
Quem sou pra te deixar tão feliz?
Como desejar-te um belo dia
Se nem a noite foi capaz de me dar desejo?
Como fraquejar na fortaleza do seu amor
Sem nem pensar ao menos em me acomodar?
Só ela sabe me fazer feliz
Só ela tem o que eu nunca quis.
Como tropeçar nos teus apelos sem dar sinal de desespero?
- Assim espero os seus sinais.
Vou me espalhar no seu espelho e esperar a tarde toda o seu reflexo.
Só ela sabe me fazer feliz
Só ela tem o que eu nunca quis.
Thursday, June 14, 2007
Dois um
Poderia ser eu, mas foi ele.O amor só é cego para quem não se enxerga.Continue amando assim: aceitando quem te prende e negando quem te liberta.Desse amor só sobrarão sobras.
- E de nós ?
- bom, de nós dois só nos restará nós.
Thursday, June 07, 2007
Simplesmente nós
Saturday, June 02, 2007
Wednesday, May 30, 2007
Tuesday, May 29, 2007
O futuro a Eu pertence
Monday, May 28, 2007
Ser-Éter
Friday, May 25, 2007
Complemento
Só queria alguém para tomar conta da minha solidão.
Não coloquei pernas para você não fugir.
Não coloquei olhos para você não julgar.
Não coloquei outros amores no seu caminho para você não comparar.
Não coloquei memória porque achei que seria detalhe lembrar da nossa existência.
Você é sem forma, sem cor, sem voz, sem gesto, sem lembrança...
E o pior – me ama!
Agora que você está feita, como faço para me desfazer?
Thursday, May 17, 2007
Quase um enterro
Belas moças desfilam a toa na sala vazia, sem rumo nem lustres
Tê-la é vê-la distante, imóvel, deitada e branca num banco parado
Portas abertas fecham saídas enquanto, por dentro, bichos indóceis divertem seus donos,
A mesa quebrada não deixa saudade e os poetas e as putas disputam amores.
Tê-la é vê-la distante, imóvel, deitada e branca num banco parado
Velas acesas queimam sem pressa: fotos e fatos e restos de vida.
Monday, April 23, 2007
Saudades sinceras
Não posso voltar.
Monday, April 16, 2007
Língua viva, boca morta
Língua viva, boca morta
O som não sai, mas quem se importa?
O som não traz você de volta
O som desfaz a sua escolta...
Língua viva, boca morta
Quem quer ouvir as suas notas?
Quem quer saber de onde eu vim?
Quem quer prever pra onde eu vou?
A dor não entra por esta porta
A dor invade e se acomoda
Nos erros que eu causei por mil
Tentando nunca mais errar.
Língua viva, boca morta
Ninguém se ama, mas quem se importa?
O amor não está mais na moda
O amor agora só nos incomoda.
Língua viva, boca morta
Quem quer dizer a sua fala?
Quem quer falar o que dizer?
Quem quer rever o seu discurso?
O amor só sai por esta porta
O amor invade e se aloja
Nos berros que berrei sozinho
Calando então a companhia...
Interpreto o que sou, mas não ganho o papel
O meu palco é o tempo, é o tempo em que estou...
Eu te amo por dentro, eu amo por fora
Eu te amo embora não há nada por dentro
Eu te mando embora e te faço entrar
Eu te amo por dentro, eu amo por fora
Eu te amo embora não há nada por dentro
Eu te mando embora e te faço entrar
E te mando embora e te trago de volta.
Tuesday, April 10, 2007
O que sobrou das sóbrias sobras de Bárbara ?
Wednesday, March 28, 2007
Busque sempre se buscar
Thursday, March 15, 2007
O pequeno megalomaníaco
Eu faço perguntas pequenas querendo respostas maiores
Não sou a pessoa mais certa, mas quero aprender a negar
As suas mentiras sinceras que saem da boca mais bela
E entram em feia disputa com suas outras mentiras
Costumo brincar de ser sério, mas logo percebo o meu erro
Nem sempre se pode querer ser sempre o ser mais querido
Queria não ter o seu rosto guardado nas minhas lembranças
Pra não me perder em mim mesmo pensando em outra pessoa
Desfaço poemas já feitos e apago as velas acesas
Ascendo um cigarro, não fumo e fico criando novelas
O amor é um velho produto jogado em novas vitrines
Que chama demais atenção, mas não é levado nas compras
O amor é um novo produto exposto em novas vitrines
Com preços e taxas e juros e impostos impostos à tudo
O amor é o nosso produto vendido em nossas vitrines
Comprado por outros malucos que sonham com as nossas loucuras.
Saturday, March 10, 2007
Banana com areia, cimento com aveia
O concreto, concretamente, é uma mistura de quatro componentes básicos: cimento, pedra, areia e água. Existem três tipos de concreto : o simples, o armado e o magro. É um material muito utilizado em construção. Fundamental até, eu diria.
A banana, em si, é o fruto da bananeira.Existem bananas de diversas cores, ainda que a variedade mais conhecida e comercializada seja a amarela. Caso interesse alguém, a banana é um fruto partenocárpico, ou seja, ela pode se formar sem fecundação prévia.É por isso que ela não possui sementes. Vale ressaltar que é uma fruta muito gostosa de se tomar com leite e aveia.
- Vocês conseguem assimilar algo entre a Banana e o Concreto ?
Pela definição, percebemos que a banana e o concreto são dois mundos obviamente diferentes. De certa forma, a banana é concreta, porém isso não nos ajuda a interligar esses dois universos, já que um é inflexível, duro, sólido; e o outro mole, comestível e saudável.Nesse caso, a tendência seria não conseguir ver nada em comum entre uma fruta amarelada de formato fálico e uma mistura cinzenta utilizada para erguer construções. Porém, se pararmos para pensar e continuarmos andando nesse pensamento, podemos perceber que existem, sim, alguns aspectos que nos levam a combinar o universo da Banana com o do Concreto.
Por exemplo, se entendermos esses dois universos como estruturas fundamentais para o crescimento ( tanto material quanto físico-humano ), veremos que eles podem perfeitamente ser interpretados em comum. O concreto é a solução que permite fazer crescer uma casa, um prédio, uma ponte, uma parede, enfim, que é capaz de erguer uma estrutura sólida.A banana é a vitamina que fortalece o Homem, que faz com que ele cresça de forma saudável, firme e forte. É só imaginar o corpo humano como se fosse um prédio ou um prédio como se fosse um corpo humano, tanto faz. O concreto seria a banana do prédio e a banana o concreto do homem Em outras palavras, cada passo, cada etapa da evolução tem que ser precisamente construída para evitar futuras seqüelas.Do primeiro piso ao último passo, tudo precisa estar devidamente alimentado para que os erros sejam reduzidos na construção do ser.
A lógica seria achar que isso tudo é um absurdo. Eu já acho que um absurdo seria não achar uma lógica nisso tudo. Pois a Banana e o Concreto são dois universos absurdamente separados pela lógica e logicamente unidos pelo absurdo.
Saturday, March 03, 2007
Últimas palavras para o meu primeiro amor
Encontrei, desiludido, a minha ilusão
E a minha atitude foi ser imparcial
Não posso enfrentar o que desconheço
Indo ao encontro do meu primeiro amor
Deixei de encontrar a minha direção
E fui me aventurar em outras invenções
O vento me deixou perdido outra vez
Friday, March 02, 2007
A medida do meu imensurável grande amor
Meu grande amor é quase humano, é quase um mantra, é quase manso; foi quase feito para sentir, mas quase sinto se diluir numa imensa solidão provocada tão em vão. Meu grão de amor é tão pequeno mal cabe ele no sentimento, mal sabe ele o bom momento para crescer e não sumir; só ele sabe o bem enorme que ele me faz enquanto dorme, enquanto eu, bem acordado, desenho sonhos premonitórios. Meu grande amor não tem medida e à medida que vai sumindo, vai se tornando sem sustento, vai se tornando o alimento; o alimento e o lamento de uma nova geração baseada nas velhas leis dos amores desleais.
Meu grande amor é quase tudo e ao mesmo tempo não é nada e não há nada de mais certo do que amar o indeciso. Meu grande amor é quase tudo e ao mesmo tempo não é nada e não há nada de mais certo do que amar o indeciso.
Meu grande amor é quase médio, é quase médium, é quase o meio, o intermediário entre o centro e o ventre do universo. É um verso semi-morto, um poema quase torto, uma fala sem contexto ou um texto sem palavra. Meu grande amor é um absurdo se faz de mudo, se faz de surdo, e além de tudo é quase cego e faz esforço pra não ver a força bruta que eu carrego que fortalece naturalmente o meu físico enfraquecido e os meus músculos indefinidos. Meu grande amor é imortal e ele vive a se esconder nas ruas mais escuras, nos becos e nas bocas, nos beiços e nos beijos das putas e das santas, das boas e das fúteis, das gordas e das finas; e em cada mil esquinas e a cada meio metro ele me deixa uma mensagem e depois cai no esquecimento.
Meu grande amor é quase tudo e ao mesmo tempo não é nada e não há nada de mais certo do que amar o indeciso. Meu grande amor é quase tudo e ao mesmo tempo não é nada e não há nada de mais certo do que amar o indeciso.
Thursday, March 01, 2007
Alcance zero
A boca não tem pernas e o pé não tem palavra
Quero te falar de nós e de tudo o que passou
Eu passei um pouco mal quando vi que não estava bem
Eu quero um filho seu e que seja meu também
E faça mil perguntas e não fique sem resposta
Quero te falar de amor e de tudo o que ficou
Preso na garganta e solto nas lembranças...
Saturday, February 10, 2007
Porque eU Te Amo
-Eu que era amada, era posta numa caixa que não se fecha e ninguém abre e ninguém sabe por onde entra nem por onde sai, nem por onde vai o seu destino. Eu que era casta, que era vasta, que era cheia, que era vaga, que era paga de segunda à sexta não podia nem pensar em pensar em não ser nada, à não ser que esse nada também fosse filho de Deus.
Friday, February 09, 2007
Uma dedução sobre eu e ela
Ela fez do seu altar uma forma de fugir
Da rotina de ser sozinha, da agonia de não ser minha,
Do vazio de estar cheia dessa triste alegria
Ela foi o meu começo, mas começou a desabar
Quando eu me dediquei a comprovar o seu fracasso
Ela foi um bom exemplo, ela foi por um momento
A mulher que eternizou o que havia terminado
E ela riu e emocionou essa gota de saudade
Mas não fez nenhum alarde ao matá-la de saudade
E convidou o seu amante pr´uma dança excitante
Uma troca de semblante numa noite de diamante
Ela se viu no meu olhar, ela serviu pr´eu me cegar
Ela desfez com muito amor o pouco amor que eu lhe dei
E dedicou a sua Vida a construir a sua Morte
A construção foi concluída – mas que saudade dessa menina!
Ela cuspiu o verbo “amar” e admitiu não me amar
E foi direto pro seu mar se afogar num novo amor
Um novo amor envelhecido pelas marcas de um novo tempo
Um tempo em que não havia mais tanta simpatia
Ele fingiu não ser mais ele e se escondeu na pele dela
E consumiu uma parcela do corpo, do corpo dela
Ele fingiu não ser mais ele e escondeu na pele dela
Uma imensa pequena cela e condenou-se em nome dela
Foi então que eu deduzi que no amor só é feliz
Quem segue o outro e cega o jogo ou segue o outro e cega o jogo.
Thursday, February 08, 2007
Uma balada pra gente se entender melhor
Tenho certezas tão incertas e não sei como me acertar
Entenda que eu não sou perfeito, tenho até muitos defeitos
Mas o que vale é acreditar que vamos todos melhorar
Você me vê de uma forma que eu considero equivocada
Mas tudo bem, é seu direito querer me ver tão errado
Você devia já saber que eu não sei te entender
Pra quê forçar um entendimento se, no fim, ninguém se entende?
Não sei se era mau humor ou se era falta de atenção
Mas tudo o que eu lhe dizia aos berros, ela me devolvia
Você gostava de ir pra casa lendo os nomes dos hotéis
Achava lindo o concreto se chamar -Palace Gold-
Não sei se a alegria fazia parte da nossa rotina
Mas eu ria tanto, tanto, tanto e você me imitava.
Você me dê de uma forma que eu considero equivocada
Mas tudo bem, é seu direito querer me ver tão errado
Você devia já saber que eu não sei te entender
Pra quê forçar um entendimento se, no fim, ninguém se entende?
Não sei se era mau humor ou era falta de atenção
Mas tudo o que eu lhe dizia aos berros, ela me devolvia
Wednesday, February 07, 2007
A bonança à espera de um grito de Esperança
Como é triste o seu olhar pendurado na parede olhando pro vazio da sala preenchida por móveis coloniais e vasos orientais,vasos orientados a não te aceitar.Você do outro lado buscava entender qual era o meu lado, qual era o meu partido. Eu nunca fui fiel à sua infidelidade, mas sempre respeitei a falta de respeito que o seu corpo sujo tentou limpar com água, mas não conseguiu apagar a mágoa.
Pense nos seus pais, pense nos seus filhos, não pense que o futuro não irá passar. Pense em você e pense um pouco em mim, não pense que o agora não irá passar. Sempre com o punho erguido para o céu pedindo proteção e força pra amar todos que ficaram esperando a Esperança sentados à espera de um milagre.
Monday, February 05, 2007
A princesa Beata
Pendurada sob o chão de um quarto alugado com um terço numa mão. E no quadro perdurava a imagem de uma Santa – que é a sua companhia.Ela nunca quis rezar, mas prezou por um amor - um amor que não chegou por estar sempre ocupado com coisas inúteis.
Com a cabeça em outro plano e os pés quase voando e o tempo se esgotando e o ar se acabando e os outros comentando a decadência de mais um ser humano, a decadência de mais uma alma, uma alma que só queria ir pro céu e ver um mundo de uma forma diferente, um mundo onde não há diferenças, um mundo onde há semelhanças, um mundo onde a puta e a princesa vivam no mesmo convívio e dividam o mesmo prato, a mesma comida, mas não os mesmos amores.
Onírica
Sonho, sonho meu será que existe alguém mais distante do que eu ? Será que existe sonho menor que o meu? Será que existe sono mais leve que o meu? Será que existe vida dentro do sonho? Será que existe sonho dentro de uma vida? Será que existe dobra no infinito? Será que existe dor no paraíso?
Você me prende em seus braços como se eu fosse um vulto real e eu me rendo delicadamente ao espaço que existe entre o sono profundo e a insônia.
Friday, February 02, 2007
Sem ninguém
Não sei mais se sou aquilo que eu deveria ser, mas devo muito à mim por ser alguém assim:
calado e discreto, sensível, invisível, atento ao impossível que descreve o seu redor sem ninguém, sem ninguém...A volta foi vazia e cheia de saudades,saudades entupidas de saudades já vividas de quando eu andava sem a sua companhia pensando em ser alguém, alguém que não fique sem ninguém, sem ninguém...Eu só queria conversar com quem pudesse debater as causas do meu mau humor e a razão do meu bem estar, mas como posso estar bem sabendo que existe a solidão e que ela me escolhe como companhia por medo de ficar Sem ninguém, sem ninguém...
O amor é uma lágrima feliz...
Friday, January 05, 2007
escapulária
Era uma roupa, uma saia, uma coisa parecida com a sua rebeldia, minha amiga: meu amor é tudo o que lhe dou – mas você não quer amar...
Ah...teu rosto é capaz de abrir uma saída e ter, inconsciente, um medo de amar?
Thursday, January 04, 2007
Um sentimento raso
Me desfiz das suas coisas e de todos seus pecados
Procurei o quanto antes, não deixá-la pra depois
Eu tentei não te encontrar no meio da cidade
Nessa idade é tão difícil compreender o que se passa
Vinte anos não são dias e esses dias eu ando tão sozinho
Eu não quero perder o costume
Eu me lembro ainda há pouco, eu fiz muito por você
Mas agora de que vale ser gentil e abastecer
Esse amor que tanto fez pra me desfazer?
A saudade eu já não sinto, já não sei o que é sentir
E esse humor que existe em mim está preste a sumir
Eu assumo nosso amor, mas não posso te assumir...
Eu não quero perder o costume
Eu não quis te magoar, mas também não quis sofrer
Eu não sei como dizer, eu não sei como dizer: adeus.
Eu me lembro ainda há pouco, me desfiz por você
Mas agora de que vale ser gentil ou ser fiel
Se no fundo ainda tens um sentimento raso?
Wednesday, January 03, 2007
O passatempo
O tempo passa, o tempo voa
E o temporal não perdoa
Hoje vejo um novo tempo onde o tempo não tem tempo de fazer passar o tempo.
-Acabou meu passatempo.