Friday, February 09, 2007

Uma dedução sobre eu e ela

Ela quis me dominar ao tentar me seduzir
Ela fez do seu altar uma forma de fugir
Da rotina de ser sozinha, da agonia de não ser minha,
Do vazio de estar cheia dessa triste alegria

Ela foi o meu começo, mas começou a desabar
Quando eu me dediquei a comprovar o seu fracasso
Ela foi um bom exemplo, ela foi por um momento
A mulher que eternizou o que havia terminado

E ela riu e emocionou essa gota de saudade
Mas não fez nenhum alarde ao matá-la de saudade
E convidou o seu amante pr´uma dança excitante
Uma troca de semblante numa noite de diamante

Ela se viu no meu olhar, ela serviu pr´eu me cegar
Ela desfez com muito amor o pouco amor que eu lhe dei
E dedicou a sua Vida a construir a sua Morte
A construção foi concluída – mas que saudade dessa menina!

Ela cuspiu o verbo “amar” e admitiu não me amar
E foi direto pro seu mar se afogar num novo amor
Um novo amor envelhecido pelas marcas de um novo tempo
Um tempo em que não havia mais tanta simpatia

Ele fingiu não ser mais ele e se escondeu na pele dela
E consumiu uma parcela do corpo, do corpo dela
Ele fingiu não ser mais ele e escondeu na pele dela
Uma imensa pequena cela e condenou-se em nome dela

Foi então que eu deduzi que no amor só é feliz
Quem segue o outro e cega o jogo ou segue o outro e cega o jogo.

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