Wednesday, July 13, 2011

Brilhante Ausência

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Na penumbra de um amor ainda incompreendido tento entender a sua ausência. Logo você, que já esteve tantas vezes aqui e comeu da minha boca, e bebeu da minha poesia. Hoje parece refletir e brilhar em outros tantos lugares que não aqui. Aqui onde ascendi seu último cigarro - aquele que dá o mesmo prazer que todos os outros cigarros já tragados, mas tem o privilégio de ser o último. Aquele que só se fuma sozinho. Aqui onde deixei você me amar sem medo de não poder retribuir. Aqui onde me fiz seu e desfiz qualquer pretensão de não sê-lo mais. Aqui onde deus até tentou rezar um bocado pedindo à poesia que você permaneça intacta e confusa, como os versos de amor devem ser. Aqui onde aguardo a luz ou você, tanto faz. Aqui onde guardo você ou a luz, dá no mesmo. Tanto ela quanto você dependem de um amor qualquer para brilhar. Tanto você quanto ela precisam de um amor para sair da penumbra e encontrar o que, nem ela e nem você, conseguem encontrar aqui. A luz tem a vantagem de me entender. Você tem a capacidade de me confundir. E não adianta querer me explicar, nunca vou entender a sua ausência.

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