Friday, July 16, 2004

FANTOCHES


Os fantoches 

E o que acontece no seu quarto
Só você pode entender
Quem somos nós
Quem somos nós pra tentar te entristecer?
Olha só meu amor
A janela está fechada
O ar não entra, você não respira
E não pensa no teu mundo lírico
 
O teu calmante não me acalma
Quando estou à flor da pele
E a pele que tem a flor
É a pele mais sensata
O teatro não se vê
Com os mesmos olhos sem você
O mundo é mal, você é rei
E estamos presos nessa república
 
Nós sabemos que a morte
Não é conforto pra ninguém
Mas ninguém tem o direito
De julgar nosso momento
O que está a nossa frente
Não é conquista e nem derrota
Pois temos sorte e somos jovens
E os jovens não são cínicos
 
O profano e o sagrado
Não se separam por acaso
E a pena da minha vida
São as asas da tua volta
Não siga o meu destino
Siga o seu, ele é mais bonito
O que me prende ao seu perfume
É o cheiro do teu rosto límpido
 
O que não sai pela garganta
Explode no concreto
Mas a parede é abstrata
E não segura o meu silêncio
Quando as nuvens desaparecem
Os desenhos já te conhecem
E as gotas do seu sorriso
São minutos do seu tempo físico
 
As desculpas não são pedidas
Pois o pedido é de perdão
E quem perdoa não é o homem
Mas as veias do coração
Que carregam o seu sangue
Em cada ponto do teu vulto
Que não volta e não percebe
Que tudo é tão mágico 
 
Os dedos de um cego
Apontam o seu caminho
Mas o lápis não tem ( mais ) ponta
Pois sua história já foi escrita
Os buracos são invisíveis
E as sombras são sem corpo
Mas quem cospe é a loucura
Da tua vontade lúcida
 
O teu fim começa agora
E o agora não é eterno
Quando buscamos inocência
Num pedaço de mulher
As crianças não se vendem
Nas esquinas do progresso
E o sucesso é só um passo
Pra quem busca o equilíbrio 
 
A queda não tem efeito
Se o chão é de areia
Mas o canto ensurdece
Quando é feito pela sereia
A saudade só aperta
Pra quem não está por perto
Mas aparece quase sempre
Nos nossos sonhos múltiplo
 
O pé que está descalço
Só anda pelo asfalto
Pois o que falta é a metade
A metade do seu sapato
Um tiro de esperança
Não mata a saudade
E a boca do vampiro
Só esconde teus dentes de plástico 
 
No seu colo tem espaço
Pra guardar o meu abraço
Que não cabe no sossego
Nem na roupa de um morcego
O teu úterus só libera
O que a sorte te propôs
E o sono só reflete
O berço do seu filho único
 
A vingança é um prato
Que se esquenta no inverno
O teu nome é verdade
E é verdade que eu te chamo
A chama está acesa
E as velas são as mesmas
Que clareiam nossa comida
E penduram nossa pele flácida
 
A sabedoria não se ensina
Nem se aprende na cadeia
O compromisso é uma ceita
Que só aceita a hora certa
Os fiés não têm Igrejas
E a cruz não te protesta
Mas dormiremos todos juntos
Numa prece católica
 
O filme que te olha
Não vê que não tens imagem
Nem formato e nem som
Muito menos sentimentos
A religião , eu não perdoo
Pois a fé tem o poder
De acabar com a bandeira
De todo um povo heróico
 
A fantasia não esconde
A epiderme de quem se ama
E o sol que não brilha mais
É um sol que nunca brilhou
A vista que te observa
Não tem voto de minerva
E o efeito da sua erva
É feito um riso matemático
 
Quem te rodeia só te deseja
Ninguém quer tua companhia
Querem teu corpo e tuas saídas
Pra depois de deixar sozinha
A luva cobre seus dedos
E descobre minha mão
Mas o que temos é um aperto
Um aperto de amnésia 
 
Um dia quem sabe
Eu encontre você perdida
E a lágrima que cai
É a lágrima que já foi vivida
Eu sei o que te espera
E isso me desespera/me diz espera !
Os papéis só descrevem
Os relatos dos seus atos lúdicos
 
Tudo está vendido
No centro da cidade
E tua pouca idade
Não compra nem uma ruga
O sorriso no seu pranto
Não é descanso pro meu alívio
 
E o que mais me satisfaz
É saber que somos iguais
O vocabulário não é exato
Pra explicar o que é perfeito
A cadeia não tem grade
Quando queremos liberdade utópica
 
Nós somos o que pensamos
E pensamos como somos
Pois nós somos livres sim senhor,
Eternos livres no pensamento
Somos fantoches    
E vivemos na escuridão dos bastidores
Longe dos outros
E bem perto da solidão dos senhores
Não temos sorte
Fomos criados por uma mão
Que não procria
Nascemos na manipulação de uma mão
Que não nos toca
Que não nos olha
Que não dá carinho, nem proteção
Mas sabe extamente o que fazer
Pra distorner nosso raciocínio lógico 
 

Pedro Gabriel

1 comment:

Anonymous said...

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